top of page

“Coringa”


É impressão minha ou o mundo está ficando mais louco?” – Arthur Fleck.


O personagem do Coringa, criado por Bob Kane, lá nos anos 1940, é um dos vilões (se não o próprio) das hq’s mais conhecido e sim amado, de todos os tempos - mesmo ele sendo um vilão. Ele, o palhaço nada “engraçado” da DC, é o vilão mais icônico da galeria de vilões, do herói Batman; ele caiu ainda mais nas graças da cultura pop, quando suas adaptações para fora dos quadrinhos, começaram a surgir. Como, com a interpretação de Cesar Romero, na considerada clássica série do “Batman” em 1960; ainda em carne e osso, o personagem voltou vinte anos depois, o já famoso ator Jack Nicholson, o viveu no longa “Batman” de Tim Burton em 1989, que tinha como base para o tom do filme, o quadrinho “A Piada Mortal”, de Alan Moore e Brian Bollard, onde o personagem tem grande destaque; depois caminhando no sucesso do filme, veio a aclamada “Batman: A Série Animada” em 1992, que contava com a dublagem do também, bem conhecido ator Mark Hamill, emprestando sua voz ao vilão; e em 2008 o mundo veria a melhor e até então insuperável atuação do personagem, por Heath Ledger em “O Cavaleiro das Trevas”; já na televisão, mais precisamente na série “Gotham”, o ator Cameron Monaghan, entregou uma incrível atuação, para com o não autorizado “papel do personagem”; dentre essas maravilhosas atuações e aparições do Coringa, a pior delas, ficou por conta da aparição do personagem, no longa “Esquadrão Suicida” de 2016, com a atuação de Jared Leto.


Como eu sempre digo… Toda adaptação é suscetível a suas adaptações. Depois de alguns filmes não renderem tanta bilheteria para a DC, e novas pessoas assumirem postos altos na companhia, tivemos uma bela surpresa, quando a ideia de fazer um longa do Coringa, se apresentou… E foi bem rápido.

Até aí ok, mas o que pairava no ar, era quem o interpretaria? Sinceramente Leto, não era a opção mais óbvia, já que seu Coringa foi e é considerado o pior de todos, das adaptações citadas acima. Eis que tínhamos um nome para a direção, Todd Phillips, e o roteiro se nutriria de uma história de origem, já que todas as vezes que o personagem apareceu nas adaptações citadas acima, ele já tinha um background, então se fez necessário saber o que levou, ele a se tornar o Coringa, ou melhor um dos Coringas... Isso para as telonas. Ah, o papel ficou com o talentoso Joaquin Phoenix.


Nessa trama, temos um “comediante”.... Arthur Fleck (maravilhosamente vivido por Phoenix), que após ser demitido de seu último emprego, que envolvia trabalhar trajado e ser um palhaço, visa tentar o stand-up, mas sem sucesso, e com uma mãe enferma, ele vê na sua tediosa vida, muita desigualdade… Ao decorrer da trama, vemos que ele tem algum transtorno; e vemos ele lidar com tudo o que ele tem e que também não tem, e usar isso ao seu favor, indo a se tornar um anarquista e o primeiro Coringa, da história cinematográfica da DC.


Scott Silver e Phillips beberam nas fontes que se devem beber - os quadrinhos! O roteiro é bom, é construído, indo a nos mostrar, como nasce um dos mais icônicos vilões, da cultura pop, é um dos mais amados das hq’s. O que talvez me desconcertou foi que o filme nos segurava, para cenas que nós obviamente nos aguardavam, as de violência, as de revelações e o ato final - só que era previsível, e muito mais muito dramático, ao ponto do melancolismo, a trilha sonora colaborou.

Phoenix com certeza entrega uma incrível e barbara atuação, é formidável sua presença, e o que dizer daquelas sinistras risadas, que surgiam do nada! Fora as belas cenas dele dançando… E aquela cena de Arthur pintando seu rosto, é muito denso e o ator, mergulhou nas cenas.


É impossível não recordamos do ato final, a cena do talk show. Vai ficar cravada na memória. Uma baita performance, que chega a cumprimentar a de Ledger, mas não a supera-la.

Outro ponto marcante e estonteante do filme é a soberba fotografia de Lawrence Sher, ele conseguiu captar momentos singelos que embalam a filmagem.


Com “Coringa” (“Joker”), temos uma história bem “puxada”, já que temos um personagem vivendo uma vida praticamente miserável e muito sofrida, só que suas escolhas, apontam suas ações, mas isso é must, para todas as tomadas de decisões do personagem, diante ao olhar que ele tem do mundo, e como o mundo o olha, e como ele é tratado, por sua classe social, isso é o eco, ressonante no melancólico longa de Phillips e sua equipe.


Nota: ★★★★

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Siga
  • Facebook - Black Circle
  • Instagram - Black Circle
  • Twitter - Black Circle

© 2014 - 2019 Pipoqueiros

bottom of page