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Festival De Cinema De Gramado: O “Must” Do 47º Ano Do Festival


‘Pacarrete’ leva sete prêmios!


Um dos maiores festivais de filmes nacionais (considerado por muitos, o nosso Oscar), que tem grande peso em nosso país, é o Festival de Cinema de Gramado. A linguagem do cinema, não muda, ela se aprimora e ela sempre encanta, o que vem a mudar são as técnicas e equipamentos, e é válida essa ressalva.


Tendo quatro décadas de existência, foi lá em 1973, que surgiu a primeira edição do Festival de Cinema de Gramado e foi graças a união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado. A estatueta que é entregue aos participantes do festival, que ganham em suas categorias, é chamada de Kikito, que vem a ser o “Deus da Alegria”, e ela foi criada por Elizabeth Rosenfeld, grande incentivadora do artesanato gramadense.


Os festivais de cinema em geral, também servem como um termômetro para o quão o filme será recebido tanto pelo público, quanto pela crítica; muita das vezes é local para parcerias e oportunidades, como quando um estúdio ou serviço de streaming, compram um filme e distribuem-o, e assim o vemos em uma sala de cinema ou no catálogo de um serviço de streaming (óbvio que não é o que acontece com todos); e claro muito mais que isso é mostrar os olhares dos cineastas através de seus temas, assuntos e histórias, prestigiar novos cineastas (aclamar alguns já conhecidos) e ver tendências também.


Concorreram aos prêmios deste ano, dezenove longas (entre nacionais e internacionais) e trinta e quatro curtas. Nada melhor que fazer um saldão da edição deste ano, do maior festival nacional que temos, com os longas nacionais vencedores deste ano, obviamente para sabermos como anda nosso cinema brasileiro (que está incrível), e isso o festival de Gramado, vem fazendo a mais de quarenta anos.

 

“Bacurau”


O longa de sci-fi e faroeste (mais para o sertão brasileiro), ‘Bacurau’ de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, teve seu debute aqui no país e foi o que abriu o festival. O filme já estava ganhando burburinho, pois em sua participação no festival de Cannes, ele dividiu o prêmio do júri com o longa ‘Les Misérables’ de Ladj Ly; e no Festival de Cinema de Munique, ele levou o prêmio de melhor filme; um feito e tanto para o nosso cinema nacional, em festivais de cinema internacionais. Infelizmente o filme ficou fora do concurso, só foi exibido mesmo.

 

“Pacarrete”


O eco do passado às vezes soa-se estridente; em ‘Pacarrete’ com direção de Allan Deberton, o Ceará, ganha palco para formidáveis lembranças de Pacarrete, uma senhora que lembra de seus anos de juventude como bailarina, tomada por essas fortes lembranças ela, quer participar da festa de 200 anos de sua cidade, trazendo o seu ballet; o “único” problema é que seu ballet não é compreendido por muitos a sua volta e nem a atração mais esperada da festa.

É barbará a fotografia do longa, e sua mixagem de som; Pacarrete, vivida por Marcélia Cartaxo elucida muito bem sua personagem e fortes pessoas do no país. ‘Pacarrete’ deixou sua marca no festival, apesar de sua estreia ter sido na 22ª edição do Shanghai International Film Festival (SIFF), Golden Goblet Awards. Em Gramado, o longa venceu as categorias de melhor filme; melhor direção (para Deberton); melhor atriz (para Cartaxo); melhor roteiro (para Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro); melhor atriz coadjuvante (para Soia Lira); melhor ator coadjuvante (para João Miguel); melhor desenho de som (para Rodrigo Ferrante e Cauê Custódio) e melhor filme do júri popular. Confira o trailer abaixo:

 

“O Homem Cordial”


O suspense, fica a cargo do longa ‘O Homem Cordial’ , de Iberê Carvalho. Na trama Aurélio (vivido por Paulo Miklos), se prepara para retornar aos palcos com sua banda de punk rock, quando um vídeo cai nas redes sociais, onde o músico está relacionado ao assassinato de um policial, e isso toma proporções a prejudicarem sua volta aos palcos, e ele parte em busca de resposta, na frenética noite da cidade de São Paulo. No festival o longa levou os prêmios de melhor ator (para Miklos) e melhor trilha musical (para Sascha Kratzer). É interessante ver Miklos neste papel, já que o mesmo é muito facetado, ele é músico e ator; não muito tempo atrás ele fez parte da mesa de jurados da não tão bem aceita versão brasileira do “X Factor”; fora isso, ele tem um currículo de peso, quanto as telonas e o grande ecrã.


O teaser trailer do filme é bem marcante quanto ao suspense, Miklos realmente vive ali um astro do rock (por mais que seja punk rock), mas não há clareza do que se está passando ali, mas é nítido que o teaser nos fisga, pelo suspense, com uma breve, mas marcante trilha sonora e graças a sinopse ficamos um pouco a par, mas todo esse mistério pode ser muito convidativo para a experiência de assistir ao longa, e a filmagem tá bem ao estilo daqueles bons suspenses, que trazem uma boa reviravolta. Confira o teaser trailer:


 

“Raia 4”


Emiliano Cunha, levou ‘Raia 4’ , para o festival. Amanda (Brídia Moni) acabou de adentrar na adolescência, o que vários afirmam ser a “pior fase” de suas vidas; ela é uma menina quieta e reservada, que vê na natação, o seu refúgio, o seu lugar. O esporte é a sua motivação, e ao adentrar nele, ela também terá companhia, mais precisamente de uma colega de treino, Priscila (Kethelen Guadagnini), que é uma excelente nadadora, e que também será sua oponente, e a tensão é posta a trama. O filme ganhou o prêmio de melhor fotografia (para Edu Rabin) e júri da crítica.


Temos uma suntuosa fotografia, bem filmado, e pelo que se pode ver no trailer temos um bom drama, e ele passa a sensação de ser um dos bons. Confira o trailer:


 

“Veneza”


Ah o amor… Em ‘Veneza’ de Miguel Falabella, temos uma história de amor. No interior do Brasil, o maior sonho de Gringa (vivida por Carmen Maura), é conhecer Veneza, ela é uma cafetina cega, dona de um bordel, que não quer deixar nada sem seus devidos pontos finais.

Rita (Dira Paes), está decidida a realizar o sonho da mulher, que ela considera como uma mãe; e para isso ela contará com a ajuda de suas colegas do bordel e de Tonho (Eduardo Moscovis), um atraente fornecedor que recebe sexo, como remuneração de seus serviços. Juntos eles vão usar suas criatividades, numa forma lúdica de levá-la até a romântica cidade italiana. O filme ficou com os prêmios de melhor direção de arte (para Tulé Peake) e também o de melhor atriz coadjuvante (para Carol Castro).


Falabella é bem conhecido pelos seus trabalhos cômicos, sendo como roteirista, ator e até mesmo como diretor, ainda mais que eles estão em suma, numa das maiores redes de televisão do mundo, a Rede Globo. Aqui ele reúne um grande elenco global. Carmen Maura, é a “novata”, que notoriamente é uma grande atriz espanhola.

 

“Hebe - A Estrela do Brasil”


“Gracinha!” - Hebe. Sem dúvidas o longa mais comercial do festival, com co-produção dos estúdios, Warner Bros. Pictures, 20th Century Fox e Globo Filmes, é o ‘Hebe - A Estrela do Brasil’. Adentramos na trajetória de uma das maiores apresentadoras da nossa televisão brasileira. Hebe (aqui vivida por Andrea Beltrão), o longa conta com a direção de Maurício Farias. Vemos além da trajetória dela, os bastidores do que vive e passa um estrela, em meio ao ferrenho machismo que estava nos homens a sua volta é um país em tempos de ditadura. No festival o filme levou o prêmio de melhor montagem (para Joana Collier e Fernanda Krumel).


O trailer traz uma paleta incrivelmente colorida e sensacional adentrarmos na vida de Hebe, vendo o seu trabalho no por trás das câmeras e conhecer um pouco mais de sua vida pessoal.

 

“30 Anos Blues”


O longa dirigido pela dupla Andradina Azevedo e Dida Andrade, é um drama adulto e talvez o com ares de ser o bem melancólico, que traz a chegada dos trinta, como tema. Na trama dois casais enfrentam os percalços da vida adulta, após um reencontro de ex-colegas de faculdade. Crescer não é nada fácil e os personagens ali encaram esse fato, sem querer deixar de serem crianças.


‘30 Anos Blues’ encerrou o festival e não foi só isso, ele também levou o prêmio do júri. Numa das cenas finais do trailer, pega a câmera afastando, e temos uma paisagem de fundo, que mostra o cuidado e trabalho com a fotografia. Confira o trailer abaixo:


E aí, dessa seleção, qual é o seu favorito? Qual longa ou quais, você quer ver? Prestigiou o festival de Gramado este ano, ou em outro ano, e como foi? Deixe-nos saber, nos comentários abaixo!

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