“SHE IS COMING”
Óh MILEY... Ela voltou com tudo!
Em 2017, Miley Cyrus lançava “Younger Now”, um álbum talvez de retomada a suas origens, com bastante country e baladas, o que por incrível que pareça não agradou muitos (nem o público e nem a crítica), eu o considero um bom álbum... Enfim, ser ela não é nada fácil, já que sua era “Bangerz” fez os holofotes estarem sobre ela, aquela garota do canal da Disney daquela série (“Hannah Montana”), já não fazia parte de Miley, ela era uma personagem e se desvincular dessa personagem não foi nada fácil, começou por ‘Can’t Be Tamed’; mas a nova garota que mostrava danças sensuais, falava palavrões, que fez o “twerk” viralizar, e que lamberia uma marreta num videoclipe de uma de suas músicas, que viria a ser um baita sucesso (‘Wrecking Ball’), caminhava na estrada de sua carreira, a culminar seu nome na indústria fonográfica... E que carreira!
Recentemente Miley se apresentou no festival de música da BBC Radio 1’s Big Weekend, que como objetivo da BBC Radio One, coloca as jovens promessas (e só esses), e sucessos da música em foco; e com a cantora lá.
Tivemos memoráveis lembranças, ainda mais que ela cantou seus hits, que marcaram sua carreira como: ‘Can’t Be Tamed’, ‘Party in the U.S.A.’, ‘Can’t Stop’, ‘Wrecking Ball’ e ‘Malibu’... E nossa que set list, que apresentação, a atitude e vocais da cantora a elevaram como uma roqueira que ela sempre foi, mesmo estando no pop e com suas raízes do country.
Recentemente ela participou de uma das faixas do novo projeto de Mark Ronson, onde ela empresta seu vocal (mais uma vez de uma incrível roqueira) para a faixa ‘Nothing Breaks Like a Heart’. E essa surpresa! Um EP (serão três, esse é o primeiro deles), intitulado “SHE IS COMING”, que contou com três, das seis faixas, sendo divulgadas no festival citado acima... As faixas foram: ‘Mother’s Daughter’, ‘D.R.E.A.M.’ e ‘Cattitude’. O novo projeto será um álbum (o “She is Miley Cyrus”), como a cantora afirmou, mas ele será abordado a princípio como três EP’s, esse aqui citado e mais dois, o “HERE” e o “EVERYTHING”, que ainda estão para vir! Essa jogada de EP’s se tornarem álbuns é uma “atual” tática e parece o must do momento.
O EP abre com a faixa ‘Mother’s Daughter’, que é um pop rock, que já começa com uma intro bem metálica, e parte com a entrada dos vocais da cantora; na letra ela é diz que não é para f@#&* com liberdade dela; as batidas dos sintetizadores são precisas e presentes. Com ‘Unholy’ temos uma sombria pop balada maravilhosa, onde ela fala do que temos visto em sua jornada até aqui, e é aberta a assuntos como sexo, drogas e rock’n roll; ela é bem aberta e vulnerável, como quando canta num verso estar um pouco bêbada e um estar bem “chapada”. Com ‘D.R.E.A.M.’, sua voz mais grossa toma espaço, numa balada com rock, onde ela novamente em tom bem honesto cita que a droga tomou conta dela; a música muda bem no final, quando os versos de Ghostface Killah do grupo de hip-hop Wu-Tang Clan, aparece e solta seus versos.
Na faixa ‘Cattitude’, que abre com uma intro de RuPaul, dizendo que a biblioteca está aberta, já sabemos que pode e vem shade por aí (em prol da faixa), a drag queen também participa da faixa com versos que brincam com frases conhecidas da drag queen (para quem, assim como eu que acompanha o seu reality show, sabe do que falo); Miley que aqui solta um rap, traz nos versos da faixa, que ela prefere ouvir, ela prefere a Demi ao invés da Selena, e que prefere a rapper Cardi B. do que a Nicki Minaj, nada de briga, só são suas preferências, é sua “cattitude”.
‘Party Up the Street’ abre rapidamente com uma intro conhecida de uma de suas músicas, a ‘Can’t Stop’, até o título soa parecido, mas são só essas pontuações, pois as músicas são bem diferentes, aqui temos um dueto a la indie, onde temos a participação do rapper Swae Lee (o rapper sensação do momento), com batidas e traps do produtor Mike Will Made-It (com quem a cantora já fez colaborações anteriores); as vozes de Cyrus e Lee se encontram melodicamente, numa doce e calma tonalidade de vozes. Fechando temos ‘The Most’ que soa como um country e funciona como um, e uma outra balada; a cantora vai fundo num tom linear e calmo, com um coro de fundo e indo a breves vocais agudos aqui, é uma música íntima e talvez um reflexo a sua vida amorosa.
Miley Cyrus ainda brinca com suas personagens, mas está bem claro que seus vocais alcançam gêneros como rap, rock e até R&B (aqui bem despretensiosa). Sua carreira já foi do country, que partiu do seu pai, indo ao sensualizado pop, e caminha no rock... Ou seja a cantora é bem versátil, mas sabe utilizar do que lhe melhor soa bem e atualmente tudo vem a soar bem, mesmo com sua voz icônica rouca de roqueira... Vem sendo interessante acompanha-lá!
Nota: ★★★★½
Mais ouvidas: ‘Mother’s Daughter’, ‘D.R.E.A.M.’ e ‘The Most’.