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‘Coisa Mais Linda’


The Marvelous Mrs. Maisel’ versão brazuca?


Situada nos trópicos banhados pelo sol do Brasil de 1959, ‘Coisa Mais Linda’ é uma série sobre mulheres com uma mistura de drama, romance, humor e música. A série brasileira do Netflix equilibra perfeitamente seus elementos para proporcionar uma trama envolvente. Embora não tenha o mesmo impacto cultural de algo como ‘The Marvelous Mrs. Maisel’ ou “Sex and the City”, a forte ligação entre mulheres também está presente aqui e é suficiente para entreter o público. Os detalhes diferem, obviamente, mas as semelhanças com ‘The Marvelous Mrs. Maisel’ aqui são fortes; uma bela protagonista feminina que se esforça para chegar a uma indústria patriarcal, apesar das atitudes culturais profundamente arraigadas que a retêm.


A trama começa com a simpática dona de casa Maria ‘Malu’ Luiza (Maria Casadevall) deixando São Paulo com destino ao Rio de Janeiro para encontrar seu marido com quem ela abriria um restaurante. Na chegada ela descobre que ele fugiu com uma amante levando todo o seu dinheiro. Sozinha e frustrada, Malu reencontra sua esperança na música que emana de toda a cidade.


A série quase cai na armadilha de se tornar só mais um projeto com uma personagem “branca salvadora”. O fato de Maria Luiza ser uma mulher rica e branca parece preocupante nos primeiros episódios quando ela decide abrir um clube de música depois de visitar um bairro negro do Rio. Mas então Adélia (Pathy Dejesus), uma mulher negra e pobre que encontra Malu por acaso, é apresentada e as duas personagens criam um laço. A realidade de Adélia é oposta a realidade de Malu; em vez de lutar pelo direito de trabalhar, ela trabalha desde os oito anos para ajudar sua família a colocar comida na mesa. Adélia acrescenta uma dose muito necessária de realidade ao confrontar Malu lembrando-a de seu privilégio de poder voltar para casa se falhar.


Quando se trata de figurino e cenário, ‘Coisa Mais Linda’ faz um trabalho fantástico ao capturar o humor e o estilo da época de uma forma realmente crível. Nos sete episódios a série faz um bom trabalho com seu roteiro repleto de temas sobre a luta feminina por equidade. Maria Luiza, por exemplo, não tem permissão para obter licença de bebidas alcoólicas ou fazer um empréstimo bancário para seus negócios porque é uma mulher.


Cada personagem feminina deixa um impacto significativo e convincente no enredo. A melhor amiga de infância de Malu, Lígia (Fernanda Vasconcellos), está presa entre a decisão de começar uma família com seu marido rico ou seguir seu sonho de se tornar uma cantora famosa. Enquanto isso, Thereza (Mel Lisboa) luta para transformar a revista feminina para a qual ela escreve ignorando o julgamento e lidando com o fato de que ela não pode ter filhos.


Embora a cinematografia seja impressionante, a trilha sonora também é memorável. O enredo de ‘Coisa Mais Linda’ está centrado no cenário musical da Bossa Nova no Rio. Bossa Nova, como descrita pela própria série, é o casamento do jazz americano com ritmos de samba e letras portuguesas. O gênero nasceu nas praias do Rio e tornou-se emblemático na década de 50. ‘Coisa Mais Linda’ é símbolo da mistura de culturas de brancos e negros brasileiros e das classes alta e baixa.


Nota: ★★★

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