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‘Sharp Objects’


Mais do que um thriller psicológico. Uma tragédia!


Camille Preaker, bêbada quase sempre, chega à sua cidade natal para fazer a cobertura jornalística de um crime ao mesmo tempo que tenta reprimir os traumas que experimentou durante sua juventude.

Nós entendemos com cenas de flashback instantâneas como as emoções que Camille suprimiu repentinamente vieram à tona e ela não pode lidar com seu passado. Com a trilha sonora hipnotizante que toca ao fundo enquanto assistimos à tudo, parece que estamos bêbados em Wind Gap com Camille. As transições de cena entre memórias passadas e o presente são muito bem feitas. É como se as cenas estivessem entrelaçadas. Tudo está muito bem sintonizado mesmo quando uma ordem cronológica não é seguida.


É improvável que você adivinhe o que está acontecendo, porque em cada momento você se concentra em pessoas diferentes. As ideias podem mudar à medida que novos detalhes surgem.

Eu particularmente gosto disso, uma trama imprevisível é muito mais atraente para mim.


Não é novidade que Amy Adams e Patricia Clarkson são atrizes incríveis e aqui a tensão entre elas é muito boa. Mas se você já viu algum dos trabalhos anteriores de Adams, este vai te chocar. Sua personagem não é encantadora, doce e inocente. Camille está quebrada, confusa e com uma profunda dor de quem nunca confrontou seu passado corretamente e se afogou no trabalho, no álcool e na obsessão sexual. A performance de Adams tem equilíbrio entre o sutil e o chocante. Ela transmite com apenas um olhar o que muitos atores não conseguem transmitir com um monólogo.


Minha admiração pelo trabalho de Jean-Marc Vallée é imensa. Assim como em ‘Big Little Lies’, fiquei anestesiada e encantada com a inteligência e toda a atmosfera de sua direção.

Comecei a minissérie sabendo que a direção seria algo marcante, mas não pude deixar de me prender à técnica, à excelente edição, às excelentes performances e ao ótimo roteiro. É verdade que a minissérie se alonga um pouco... Se tivessem encurtado para uns 6 episódios provavelmente teria ficado mais ágil. Porém, temos que admitir que esse ritmo só contribui para tornar tudo ainda mais sombrio e pesado.


No fim, ‘Sharp Objects’ é uma minissérie muito boa que infelizmente teve o azar de ser escolhida para ser contada em mais episódios do que precisava, mas que não deixa de ser muito bem escrita, montada, dirigida e atuada, encerrando com um ótimo clímax que te faz questionar tudo que foi mostrado anteriormente. A cena final deixa o público com aquela vontade de abrir uma janela e gritar o mais alto possível.

Nota: ★★★★½

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