“Grace and Frankie”
F*%@-se! Uma temporada incrivelmente cômica.
Desde que “Grace and Frankie” entrou para o catalogo de originais do Netflix, vem sendo uma temporada maravilhosa atrás da outra. Eu vi ali uma série promissora e pretensiosa e muito, mais muito cômica, e sim, tudo isso se deve as maravilhosas atrizes que são mostras em suas excêntricas e maravilhosas performances Jane Fonda e Lily Tomlin, e aos criadores Marta Kauffman e Howard J. Morris, que trazem esse retrato televisivo de uma poderosa amizade na terceira idade, descobertas e como manter e estar em família.
Essa quinta temporada, pegou o gancho da temporada passada, que parecia ser o fim da linha para Grace e Frankie, quando Mallory (Brooklyn Decker), Coyote (Ethan Embry), Brianna (June Diane Raphael) e Nwabudike (Baron Vaughn), os filhos decidem as colocar numa casa de repouso, sim o pior pesadelo delas... Bem digamos que elas não ficam muito tempo lá, e daí a trama se desenrola.
Os roteiristas dessa temporada pegaram mais uma vez a fundo nos temas que recorrem a série e óbvio com muita graça. Com a idade vem grandes confusões (pelo aqui, temos esse retrato), sabemos que pessoas da terceira idade não estão no auge de suas vidas, mas também não estão mortas. As protagonistas vão de uma que precisa parecer estável, no sentido de não perder a memória (Frankie), e continuar fazendo escolhas que desagradem sua colega, que não entende esse jeitinho dela, a outra que quer ser a melhor e que quer ter tudo sobre controle, e com isso ela vai dar umas patadas (Grace). A e ambas ainda têm seu negócio, os vibradores para a terceira idade.
Temos também mais do relacionamento de Sol (Sam Waterston) e Robert (Martin Sheen), onde Robert ainda está com sua empreitada de musicais, e Sol que tem um cachorro. Robert ve que perdeu muita coisa, antes de ter se assumido. E temos os filhos... Mallory se abrindo para um novo amor; Coyote ainda morando na mini casa e conhecendo inusitadamente seu meio irmão mais novo por parte de sua mãe de sangue; Brianna tendo a ajuda de sua mãe, para não perder a empresa e vemos um pouco mais dela e Barry (Peter Cambor); e (abreviando) Bud que está na sua nova fase de casado, com Allison (Lindsey Kraft), onde os dois tiverem uma criança e ainda ele tende de lidar com os pais de sua noiva.
Nos dois primeiros episódios temos Gracie e Frankie , tentando recuperar sua casa (isso é consequência dos acontecimentos da temporada passada), e temos momentos icônicos, e temos RuPaul participando desses episódios. Uma participação marcante nessa temporada é a de Millicent Martin no maravilhoso papel de Joan-Margaret e como uma “assistente” que a Frankie a contratou, e qualquer cena dela é hilária. Pontos para a trilha sonora de Sam Kaufman-Skloff e Michael Skloff que continuam com composições e escolhas maravilhosas.
Se você acompanha “Grace and Frankie” já sabe que nas temporadas temos aquele ponto que as duas protagonistas se magoam com o que uma diz a outra, e elas acabam se separando, ou em certo ponto uma precisa deixar a outra, para ir atrás de algo fora desse relacionamento forte de amizade que elas tem, e são cenas drenadas de forte drama. E essa temporada trouxe a pior delas, em um ponto Grace sabe que não pode abandonar Frankie, pois ela entende que Frankie precisa de seus cuidados, o que na verdade não deixa de ser mentira, e talvez é o cuidado, que ela está tendo, o que não fez pelas filhas. E Frankie entende o jeito “Grace” se ser.
O último episódio dessa temporada, o “The Alternative” (“A Alternativa”), com roteiro de Kauffman e Morris, com direção de Marta Kauffman, é um soco em nossas rostos, pois ele mostra o que poderia ter acontecido se as duas tivessem escolhido seus próprios caminhos, ao invés de caminharem juntas... Gente que episódio f*%@. Ele é muito lindo, e no final, temos uma decisão tensa de uma delas, que saberemos só na próxima temporada.
Se o pensamento de envelhecer lhes sabrecai as vezes, contemple-o, será uma sorte envelhecer e ainda aprender com tudo que o tempo temos a aprender com o tempo. “Grace and Frankie” em sua quinta temporada continua nos mostrando como o poder de uma amizade é lindo e nos mostra tudo o que vem com a terceira idade, desde dores a nossas mais temidas decisões, que podem marcar nossa vida.
Nota: ★★★½
