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“Whack World”


Uma obra prima do rap, “Whack World” é sonoramente incrível, e Tierra Whack é a melhor rapper do momento.


Foto: The Fader

Quem disse que o rap tem que ser só com letras pesadas... Tierra Whack, mostra que o rap pode ser doce, calmo e muito estranho, e não necessariamente perder o poder da fala, de falar do cotidiano, da realidade do dia a dia e de acontecimentos da vida, que uma jovem mulher negra tem a dizer. “Whack World” é um mix do seu cotidiano, o álbum tem faixas que falam de fazer as unhas, homens instaladores de TV a cabo, a uma singela homenagem aos pets, a morte deles, numa música sobre o cemitério deles (nossa essa música é fantástica).

Cada faixa do álbum é única, não há um padrão de rap, e sim uma mistura de gêneros (R&B alternativo, pop, jazz, e até arriscando um soul), que se encontram com o rap... É uma mistura musical e sonora de ponta, algo que meus ouvidos não estavam preparados para ouvir (um orgasmo sonoro), foi e é inebriante ouvir o debute de Whack.


Foi com leitura que tudo pode ter começado, ela foi um de seus maiores mentores e penso eu que um guia em seus processos criativos. Na escola, no ensino fundamental, ela foi introduzida a poesias, e ela também chegou a participar de batalhas de rap, nas ruas onde morava. Isso culminou obviamente no seu talento para compor seus raps. A rapper americana, traz toda uma modernidade, e ao mesmo tempo um toque só dela, ao seu som e suas músicas, é muita qualidade envolvida.


Black Nails’ abre o álbum, com som instrumental suaves e com as letras, sobre se ouvir a si mesma, com a voz calma, mas em versos de rap. A próxima é ‘Bugs Life’ também é calma, mas com batidas destacadas e nada de vida de insetos, a contextualização de letra é mais sobre ela, seu crescimento, o amor dela pela mãe, ela observando o modo se vestir das outras garotas, são frases na faixa batidas de trap e uma voz mais acelerada, mas ainda suave.


A introdução de ‘Flea Market’ é maravilhosa e intensa, e é cortada e incorporada com a maravilhosa voz da rapper (que também dá outro tom a segunda voz, um tipo de coro) que vem com frases suaves e a letra traz algo romântico, onde ela está num relacionamento e ela não quer apressar as coisas. Em ‘Cable Guy’ temos mais relacionamento, e a faixa mais quente e ao mesmo tempo emocional, a letra dispara que os garotos também choram e que homens tocam o órgão genital feminino, e que ela gostaria de ter um controle para controlar ela mesma, tudo a batidas também suaves e com possíveis batidas sintetizadas.


‘4 WingsHookers‘’ traz uma baita batida com sonoridade metálica em sua introdução, detalhe do som instrumental (teclado de novo?), a voz dela novamente toma proporções grossas, em letras que falam de amor.’ tem a voz de Whack no começo um pouca grossa, numa introdução que fala que quer por pimenta, ketchup e molho, nas asinhas de frango que ela comerá, com uma batida intimista de um som que parece ser de um piano, ou teclado a voz da rapper muda quando o recado precisa ser dado, sobre a cidade, Deus, homicídios e sobre as pessoas se amarem mais. ‘


Com ‘Hungry Hippo’ temos a voz da rapper mais suave do que as anteriores (muito mais), com notas que soam sensuais, (na batida e no vocal), na letra “ele” gosta dos diamantes e das perolas dela, e a rapper fala de marcas e estilo, mandando “ele” abrir e morder no refrão.

De todas as faixas do álbum a minha favorita é ‘Pet Cemetery’, a mais sentimental, ao ouvi-la na primeira vez eu chorei pensando nos meus pets que já se foram; a faixa estrondosa traz a rapper dizendo que tiraram o cachorro dela, nisso ela falou com Deus e ela cita que sente falta dele e que ele tinha um nome, a batida é incorporada aos versos da letra, e da tonalidade suave (novamente) dela e das batidas, e temos um coro e com sons de cachorros latindo e um miado no final.


Fuck Off’ em tradução, ‘F**@-%$’; numa tonalidade de voz num tom humorado ela reforça que está doente e triste e isso é aviso, para não a incomodar, a batida é estridente, lembra sons repetidos daquelas fitas de jogos do Nintendo ou daqueles carros ambulantes com propagandas. ‘Silly Sam’ é sobre um cara, que joga vários jogos, e pelo que parece está brincando com os sentimentos dela, ela cita jogos como: dominó e uno; e o Mario, o jogo de videogame.

Em ‘Fruit Salad’, numa trap mais pesada (não muito), e num ritmo mais veloz das batidas, a rapper fala sobre se preocupar com a saúde física, beber água, cuidar do corpo, no refrão ela fala em comer vegetais e em baixar seu colesterol.

Na faixa ‘Pretty Ugly’, bonito feio (se faz sentido), com batidas com calmas na introdução e depois alternando com um groove e batidas acentuadas Whack, solta na letra que está não é para se preocupar com ela, ela vai bem, e ela está ótima. ‘Sore Loser’, traz o vocal grosso da rapper e nome (ao estilo rappers), numa letra que fala de um cara, que parece estar a perseguindo, por ela ter partido o coração dele, e isso é uma ferida.


Com ‘Dr. Seuss’, temos outra faixa mais intimista com mais uma intro suave, e batidas que acompanham essa sonoridade calma, e letra traz a rapper falando que não é difícil falar, mas é difícil fazer e há distorções de sua voz, e ela vai fundo falando da situação da politica em seus país, onde ela diz que está cansada as merdas e mentiras que “eles” estão vendendo. ‘Waze’ encerra o álbum, numa potente faixa com batidas soul, e R&B, a voz encorpada e grossa da rapper, se mistura com o coro, e uma outra voz (a suave), a faixa fala sobre encontrar seu caminho.


Apesar de cada música conter (apenas) um minuto cada, tirando as duas primeiras faixas que tem menos (58 segundos), elas montam a história do álbum, que é tudo relacionado a cantora, sua vida e as coisas que a cercam, o seu álbum de estreia é o resultado de tudo isso, com batidas suaves e fortes (bem posicionadas, uma baita engenharia musical), e claro as letras afiadas com o estrondoso vocal de Whack, em cada faixa... Um baita debute, a rapper talvez seja no momento a voz de sua geração, e é o seu “Whack World”, é o seu mundo, esquisito... Talvez, mas é um esquisito intrigante, e ótimo sonoramente.


Nota: ★★★★★


Mais ouvidas: ‘Black Nails’, ‘Cable Guy’, ‘Hungry Hippo’ e ‘Pet Cemetery’.


Fotos: The Fader.

 

Plus...

“WELCOME TO WHACK WORLD”.

Para um melhor apreciamento da minha crítica acima, acompanhe a parte visual de “Whack World”, que contou com a direção de Thibaut Duverneix e Mathieu Léger, que levaram o álbum, junto a rapper a um nível estético e visual a nível deslumbrante, as histórias das músicas são encorporadas aqui.


Conforme a descrição é... “Um projeto visual e auditivo de Tierra Whack”. Confira:


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