‘American Horror Story: Apocalypse’

As bruxas de ‘Coven’ estão de volta, agora numa batalha contra o filho do Satã!

Quando houve o anúncio que a oitava temporada de ‘American Horror Story’ seria um crossover (em pura tradução um encontro) entre a primeira temporada ‘Murder House’ e a terceira ‘Coven’ (a minha favorita), o frisson se fez presente e os burburinhos se instalaram até a chegada da série.

Essa oitava temporada tinha tudo, mais tudo para dar errado e eu pensei que seria uma bagunça, mas Ryan Murphy mostrou que essa temporada foi seu pedido de desculpas pelo final desastroso da sexta temporada (‘Roanoke’), que poderia ser a melhor temporada dessa série de horror antológica, e por mais uma vez trazer as bruxas mais amadas de ‘Coven’ que até o final de sua temporada tinham o título para ser a must dessa antologia, mas ela não deixa de ser a mais comentada e a mais cult e a minha favorita.

Claro que ‘Apocalypse’ teve seus dois primeiros episódios, em minha ótica como os piores episódios de todas as temporadas, tirando isso, essa temporada está uma maravilha televisiva, nostálgica, vibrante, com uma incrível fotográfica, efeitos especiais e práticos de ponta e aquela baita trilha sonora. Certeza que entra para o hall das melhores temporadas da antologia. Eu me vi consumindo cada episódio, me emocionei muito em ver o elenco de ‘Coven’ em peso, na trama.

Para quem acompanha a série, já é de conhecimento que as temporadas anteriores não se sustentaram em seus roteiros, como ‘Murder House’ e ‘Asylum’ se sustentam e são as melhores. ‘Coven’ e ‘Roanoke’ seriam ótimas se não fossem seus finais e os seus pontos fracos.

Juntar enredos pode ser desafiador e realmente aqui foi, ‘Apocalypse’ traz as bruxas Cordelia, Madison, Myrtle, Zoe, Queenie e Misty Day (Sarah Paulson, Emma Roberts, Frances Conroy, Taissa Farmiga, Gabourey Sidibe e Lily Rabe) da terceira temporadas, em mais uma história e dá a elas uma nova chance, concerta erros da temporada delas e as traz para uma trama muito interessante, onde o telespectador se vê preso ao que vai acontecer. Ela também traz vestígios da primeira temporada e um personagem dela, o filho do satã, Michael Langdon (vivido por Cody Fern). Essa oitava temporada é de traz para frente, não deixa nada sem ponto final ou seja sem explicação, tudo muito bem pontuado pelos roteiros de Joshua Green, Crystal Liu, John J. Gray, Tim Minear, James Wong, Asha Michelle Wilson, Adam Penn e Manny Coto.

Fica mais que claro que o enredo tá fechado e maravilhoso, quando temos uma trama bem feita que começa do final e vai se desenrolando, para entendermos, como vamos chegar ali.

Exemplo disso foi os arcos das personagens das bruxas e de Michael, mas não é só isso. Nada é deixado para trás, os arcos que não faziam sentido nos primeiros episódios, se veem devidamente explicados, como foram os as personagens de Ms. Wilhemina Venable (Paulson) e Ms. Miriam Mead (vivida por Kathy Bates).

Nessa temporada também tivemos o debute de Paulson como cineasta, ela dirigiu o sexto episódio, intitulado “Return to Muder House”, que é um baita episódio, que se faz parte necessária da trama. Roberts e Billy Porter entregaram uma química fenomenal nas cenas do episódio. E claro tivemos a participação de Jessica Lange.

Não é fácil ser o filho do Satã, mas Fern entregou uma performance incrível e também conquistou nossos olhares, mesmo seu personagem sendo o que trará o apocalipse ao mundo, ali na série.

Os rostos novos, o trio apresentado em ‘Cult’, retornam aqui... Billie Lourd, Leslie Grossman e Billy Eichner, mas seus personagens se apagam na grande, trama. Claro que vemos bastante de Lourd e Grossman, mas se faz pouco ao frisson em volta das bruxas... Principalmente Lourd, eu não consegui criar uma empatia com a atriz em cena, sinto falta de algo.

Eu amei o recurso do quinto episódio, intitulado “Boy Wonder”, onde é revisto as setes maravilhas para se tornar uma bruxa suprema, e o recuso de filmagem se deu a ser em preto e branco e mudo, a lá início do cinema. Ainda mais dentro da série que apesar de ser uma série de horror traz cores quentes e uma filmagem moderna.

Espero que ‘Apocalypse’ tenha mostrado que dá sim para trabalhar em criar um bom enredo, ainda mais partindo que algo que você tem em mãos, duas baitas temporadas, ‘Murder House’ e ‘Coven’... A união e criação de ‘Apocalypse’ foi uma ideia incrível. Pode ser uma desculpa para trazerem as bruxas novamente para a tela? Quem sabe, sei que amei essa temporada, e eu não ficaria surpreso se houvesse um spin-off, só para ‘Coven’. Fica a dica Murphy e FX.