“Ilha dos Cachorros”
- Jonatas dos Santos Pereira
- 20 de jul. de 2018
- 3 min de leitura

Soberbo, e muito emocionante... “Ilha dos Cachorros”, com certeza está na minha seleta lista de melhores longas de animação em stop-motion.

Eu não esperava menos que um excelente longa de animação em stop-motion de Wes Anderson, é ridículo sua maestria com esse gênero, eu já havia entrado em completa paixão pelo seu último trabalho com o gênero de animação (em stop-motion) “O Fantástico Sr. Raposo”, que também é magnifico, mas felizmente “Ilha dos Cachorros” dilacerou meus olhos, me levou a instantâneos arrepios, eu sabia com toda certeza que esse filme mexeria comigo, dito e feito.

Particularmente amo cachorros, amo animação, amo demais stop-motion, e sou vidrado um pouco em certos aspectos da cultura oriental, como: alguns longas, lutas, animes e culinária (amo sushi!). Anderson (que dirige o longa) sabiamente e sutilmente, culminou tudo isso em “Ilha dos Cachorros” (“Isle of Dogs”), em fotografias de Tristan Oliver, no que é uma obra prima soberba em retrato, do que o melhor amigo o homem, pode sofrer por um ódio meio que “gratuito” ou por trazer indesejáveis doenças.

A trama (que eu imprescindivelmente peço que seja assistida legendada, para ter a apreciação do áudio e das maravilhosas vozes dos dubladores)...
Se passa num futurístico Japão, uma odisseia toma grandiosa proporção em uma busca, quando um menino chamado Atari (voz de Koyu Rankin) sente a falta de seu cão de guarda (e “estimação”) Spots (voz de Liev Schreiber), após o animal ser mandado para uma ilha de cachorros (e de muito lixo). Atari vai atrás de seu cão na ilha, e se depara com cinco cães alfas... Chief (voz de Bryan Cranston), Rex (voz de Edward Norton), King (voz de Bob Balaban), Duke (voz de Jeff Goldblum) e Boss (voz de Bill Murray).

Não tenho como nomear uma única cena como favorita. Anderson e sua equipe fizeram o must do must, com o filme... Todos os atos do filme são importantes. A cinematografia aqui é desde do roteiro ao ponto, uma insana direção perfeccionista, vozes incríveis e um estilo de animação impecável.

Com o roteiro Anderson, e a colaboração de Roman Coppola, Jason Schwartzman e Kunichi Nomura temos algo inebriante.

Como já citei é uma história que envolve cachorros sendo menosprezados, pelos humanos (bem, nem todos), traz assuntos sócio-políticos, que estão escancarados a partir da decisão tomada por um presidente, o que uma lavagem cerebral, pode causar e impactar uma sociedade, é um dos pontos do filme, o outro é amor representado pelos cachorros óbvio, o que esses seres são capazes de fazer por seus donos é incrível (o personagem do menino Atari também representa isso, muito bem).

O incrível departamento de animação fez um fenomenal trabalho, com os bonecos, os sets, e finalizando com a animação. Alexandre Desplat também merece parabéns, pelas espetaculares composições para o longa, e adicionando a música ‘I Won’t Hurt You’ do The West Coast Pop Art Experimental Band e claro as maravilhosas batidas de tambores (instrumentos de percusão), o ‘Taiko Drumming’ do músico Kaoru Watanabe.

É de fato um longa que entrou para a minha seleta lista de filmes de animação em stop-motion, por todo seu contexto, e óbvio seu visual exuberante, que trouxe essa ligação com o tema, é um filme muito sensível, e Anderson comprime isso em tela de uma forme incomparável.
Nota: ★★★★★
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