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“Lemony Snicket: Desventuras em Série”


É melhor você ir fazer outra coisa! Não leia isso!

Depois não diga que eu não te avisei!

Finalmente estarei falando de um best-seller que acompanha a minha vida desde que eu era criança, quando resolvi pegar um livro na estante da biblioteca da escola, e notei que o livro que eu peguei na estante era de uma coleção e li todos os livros, treze no total. Amor à primeira vista. Cresci, um pouco e surgiu um filme... Amei. Depois cresci mais um pouco e já trabalhando, comprei o box dos livros para ler. E agora, as desventuras dos irmãos Baudelaire apareceram novamente, mas em forma de série do serviço de streaming Netflix. Sejam bem-vindos à crítica da série original do Netflix, “Lemony Snicket: Desventuras Em Série” (ou das gringa, “A Series Of Unfortunate Events”). Lembrando que a série é inspirada nos livros de Lemony Snicket (pseudônimo para Daniel Handler). A série foi criada, dirigida e produzida por Barry Sonnenfeld.


Temos como personagens principais os irmãos Baudelaire: a inventora e cheia de ideias com engenhocas Violet Baudelaire (interpretada por Malina Weissman, que é muito parecida com a atriz Emily Browning que viveu ‘Violet’ no filme - onde Jim Carrey foi o Conde Olaf).

O apaixonado por leitura Klaus Baudelaire (Louis Hynes), o bebê com os dentes mais fortes que você já ouviu falar Sunny Baudelaire (Presley Smith), o narrador / escritor que não quer que a gente leia o livro ou veja a série Lemony Snicket (Patrick Warburton), o vilão mais irritante e persistente Conde Olaf (Neil Patrick Harris – da conhecida série “How I Met Your Mother”) e o banqueiro cheio de tosse, que não está nem aí pra nada e odiado por todos Sr. Poe (K. Todd Freeman).



Já de cara, preciso dar parabéns pra Netflix, porque mesmo tendo alguns pontos ruins, a série está incrível, cheia de referências aos livros.

No teaser que foi divulgado primeiramente, depois na abertura e nos primeiros episódios, vimos muitas referências aos livros, como nome de personagens que não apareceram na primeira temporada, só na segunda; o olho, aliás, muitos olhos; várias vezes as letras ‘V’, ‘F’ e ‘D’, que compõem a sigla ‘V.F.D.’ dos livros em inglês, e que na tradução para o português, ‘C.S.C.’; vemos referências a acontecimentos futuros; corvo, máscaras, perucas, livros, mapas, nomes, ingressos para peças de teatro, peles de cobra, matérias de Pundonor Diário, chaves, fotos... enfim, é muita referência, e quem é fã, assim como o eu, tenho certeza que ficou pirando com todas elas.


Tem também algo muito legal, que foi a dedicatória à Beatrice, que é a amada de Lemony Snicket (e morta), no primeiro episódio da temporada. Temos Lemony Snicket narrando a série falando coisas parecidas no livro só que mudando o sentido em vez de “ler” para “ver”, por exemplo, “não veja a série” etc. Como a própria música da abertura já nos mostra falando “look away” muitas vezes. Preciso dizer que os efeitos estão incríveis, a fotografia é insana, efeitos sonoros muito bons, atuação dos atores é muito boa também, destacando aqui a atuação de Neil (que faz o conde Olaf), da atriz Kitana Turnbull que faz a irritante bisbórria Carmelita Spats e da atriz Lucy Punch que faz Esmé Squalor (com um baita sotaque)! Esses três, para mim, estão arrasando na atuação!


Porém, tem algumas coisas que eu não gostei muito, como o excesso de colorido na paleta de cores da primeira temporada, do contrário daqui era o que eu mais amava no filme de 2004, com direção de Brad Silberling. A paleta de cores escura era o que mais caracterizava a desgraça contínua dos irmãos Baudelaire, trazia aquele peso para o filme, deixava um aspecto de tristeza. O colorido da série trouxe mais realidade (porque na realidade, tudo é colorido e não preto / cinzento), porém, quebrou essa imagem de tristeza (minha opinião). Mas eu notei a diferença na paleta de cores na segunda temporada, com tons mais escuros, o que me fez até esquecer esse deslize da primeira temporada.


Algo que eu achei bizarro também, são as edições feitas com a Sunny. Sunny é um bebê que só em ficção pode fazer tudo o que ela faz (nunca vou esquecer de quando li o livro “O Elevador Ersatz” onde Sunny escala o poço do elevador usando os dentes, e quando eu li eu pensei: “O quê?!”).

Sunny faz coisas inimagináveis que um bebê possa fazer, mas quando você lê o livro, é uma coisa. Vendo a edição na série, é outra. Desculpem, mas achei um pouco zoado, além de que, algumas coisas são exageradas, como Sunny dirigindo uma caminhonete enquanto Klaus e Violet não sabem dirigir (sem contar que um bebê não consegue alcançar o volante e pedais, todos ao mesmo tempo). Também achei que a série se enrola um pouco em alguns momentos e que o narrador (Lemony Snicket) em algumas situações atrapalha a cena que está acontecendo. Algumas cenas são repetidas ou muito parecidas e isso também cansa. Algumas dessas coisas são feitas no livro, e sim, é legal que tentem ser fiéis ao livro, porém, o que devia ser visto é que nem tudo que fica legal lendo, fica legal assistindo. Isso não significa que as cenas do narrador são ruins.

Algumas explicações dele para as coisas são até interessantes, mas o problema é que pra quem está assistindo, essa interrupção toda hora com muito texto acaba atrapalhando um pouco. Isso tudo o que eu disse não quer dizer que a série seja ruim, já que a série foi baseada num livro cheio de situações um tanto quanto absurdas.

Um fato bem legal que podemos destacar aqui sobre os livros ou a série é que a história parece fazer críticas sociais com temas como bullying, status social, poder de persuasão da mídia e entre outras. E eu não havia notado isso quando li os livros pela primeira vez, logo, eu era uma criança inocente e não tinha ideia de como o mundo funcionava. Agora adulta e lendo de novo os livros e assistindo a série, consegui notar claramente essas críticas, e fico muito feliz por ver a série fazendo isso tão bem.

A série está me surpreendendo de uma maneira que eu não sei explicar. Só o fato da história ter passado dos três primeiros livros já me alegra (coisa que me revolta no filme, que não teve continuação). Me alegra ver personagens que a gente tanto imaginava lendo os livros, agora em carne e osso nas telas, trazendo todo aquele rancor que a gente fica por eles não compreender as pobres crianças, não acreditar nelas, maltratar elas. Fico feliz em ver que a primeira temporada acabou, e graças a Deus, depois de uma longa espera chegou a segunda pra deixar a gente agoniado de novo com os acontecimentos.


E se você ainda não começou a assistir ou já assistiu alguns episódios, é bom avisar que a série, assim como os livros é agoniante. Toda aquela mesma situação de tutores diferentes, as crianças fugindo do Conde Olaf, Sr. Poe não fazendo nada (só tossindo) ... e as ironias do autor / narrador! Precisamos lembrar que, como o próprio autor / narrador informam nos livros e nos episódios da série, a história é triste, não crie esperança porque o final não é feliz e não, isso não é um spoiler.

Desde a primeira cena da série ou primeiro trecho no livro, já somos informados de que não é uma história feliz, com final feliz. Portanto, quanto à isso, não existe spoiler. Muitas coisas estão para acontecer (quem leu os livros sabe o que está por vir) e é por isso que não estou citando tantos detalhes dos acontecimentos aqui (queria muito citar algumas cenas mas vou evitar o spoilers nesse texto).

As situações que os órfãos passam é frustrante, tem várias coisas que vão te surpreender até o fim (seja no livro ou na série). Apenas esteja preparado para tudo. Imagino que a série irá se encerrar na terceira temporada e que não irá haver uma quarta temporada, por exemplo, já que a segunda temporada termina com o “Espetáculo Carnívoro” que é o nono livro, nos restando apenas quatro livros para serem contados na terceira temporada; e tem muita coisa para rolar para simplesmente acabar na segunda temporada.

Digo isso porque muita gente na internet ficou assustada e começou a se perguntar se o último episódio da segunda temporada seria o último da série em geral, mas como disse, temos mais quatro livros pela frente. Então sei que quem viu a segunda temporada de repente está desesperado com o final do último episódio, mas calma, ainda tem mais. Enquanto a terceira temporada não chega, leia os livros, veja o filme, veja a série de novo e tire suas próprias conclusões dessa adaptação que está maravilhosa. E lembre-se: incêndios são in, órfãos são out!

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