“Três Anúncios Para Um Crime”
Bom, mas não o quão suficiente deveria ter sido, como um bom e velho drama. Frances McDormand e Sam Rockwell roubam completamente nossas devidas atenções!
O drama de Martin McDonagh merece um olhar, mas falta com o gênero em certos pontos da trama. A história se passa numa cidade do Missouri no EUA; Mildred (maravilhosamente interpretada por Frances McDormand) decide fazer justiça à memória de sua filha, que foi brutalmente assassinada; a mulher num ato de protesto para cutucar a falha no sistema policial que não identificou o assassino de sua filha usa de três outdoors (contendo frases sucintas e explicitas) da pacata cidade, que se vê numa onda de pressão (na verdade a pressão recai a alguns de seus moradores).
A trama é boa, mas demora em se movimentar e nos deixa ávidos por ela (pelo que vai acontecer), se você aguentar o primeiro ato, eu te garanto... Melhora! Há dois momentos durante o longa inteiro que nos prendem. “Três Anúncios Para Um Crime” (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”) tem uma ótima fotografia, peca bastante em sua trilha sonora, mas em compensação traz boas atuações. A rápida, mas marcante presença do personagem do detetive, vivido por (Woody Harrelson) faz a quebra do monótono primeiro ato, numa cena fortíssima e tocante. Eu não esperava pela cena em questão, mas ela fez o longa “se movimentar” e ir ao seu ponto.
É simplesmente maravilhoso ver McDormand atuando, é uma aula... Ela nasceu para isso. Sua personagem é a principal e a com a carga dramática pesada; A atriz conseguiu registrar todo o sofrimento de uma mãe, com a perca de uma filha e toda a sua indignação com um órgão que tem por definição, assegurar a proteção dos cidadãos, vemos também como uma mulher sozinha e que vai contra os princípios desse órgão pode e sofre muito. Há uma das maravilhosas cenas que eu citei lá em cima, foi a da personagem Mildred em seu ápice por justiça, uma baita e intensa cena.
Quem realmente rouba a cena é o policial Dixon (impecavelmente vivido por Sam Rockwell), um policial de começo, corrupto; sem noção do impacto de sua profissão e muito homofóbico (descobrimos que o personagem é um homossexual não assumido). Rockwell nos deixa em certos momentos com raiva de seu personagem, e depois nos recai uma comoção, é um incrível personagem, com densas camadas; a cena que eu citei acima de Mildred, tem a participação de Dixon é de lacrimejar até (não estou sendo exagerado). É de fato uma marcante atuação e de vidrar os olhos, Rockwell ganhou um excelente papel.
Volto a repetir “Três Anúncios Para Um Crime” é bom, mas poderia ser muito melhor. A trama salienta essa questão de como os órgãos (no caso policias) tendem a pecarem quanto, e que todos somos humanos, tardos a falhas. É um longa com uma mensagem e isso é muito bom.