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“Lady Bird: A Hora de Voar”


“Lady Bird” foge completamente do clichê de filme sobre descoberta da vida e amadurecimento, tratando estes cenários de forma impecável e sincera.


Escrito e dirigido por Greta Gerwig, “Lady Bird: A Hora de Voar” (“Lady Bird”) é um filme simples, porém brilhante e muito tocante, que vai além do que parece ser sua temática principal, o famoso comming of age (que em português significa amadurecimento), ele também explora a relação turbulenta e complicada que a protagonista Christine ‘Lady Bird’ McPherson (Saoirse Ronan) tem com sua mãe (Laurie Metcalf) como também mostra a frustração de quem tem sonhos grandes mas ao mesmo tempo, não tem condições e nem o apoio para alcançá-los.


O longa acompanha a trajetória de ‘Lady Bird’ McPherson durante o último ano do ensino médio, época extremamente complicada na adolescência pois com ela, muitas vezes vem a descoberta do amor e sexualidade, como também a pressão para encontrar uma faculdade e uma profissão.

A personalidade da protagonista nem sempre é das melhores, em diversos momentos ela pode parecer ser um pouco “chata”, mas isso acontece pelo fato de que Lady Bird é uma personagem extremamente real, e suas ações são facilmente compreendidas se pensarmos que nesta fase da adolescência é algo muito comum ser imaturo, pois é o momento para se cometer erros e aprender com eles, e esse processo de amadurecimento não é simples, ele acontece de forma sutil com o tempo, e sim, há um momento do filme em que ela se da conta da pessoa que tem sido e das decisões que tem tomado e se arrepende, e então presenciamos uma cena linda entre Lady Bird e sua melhor amiga Julie (Beanie Feldstein).

Em nenhum momento do longa temos uma explicação da protagonista do motivo de ter escolhido o apelido de Lady Bird, porém isto se torna completamente desnecessário e irrelevante quando a conhecemos e descobrimos que seu maior sonho é ser independente e dona de sua própria vida, e para isso ela precisa de certa forma, tal como um pássaro, voar, não apenas para longe de Sacramento, sua cidade natal, mas também para longe da vida que ela já conhece tão bem.


É seguro dizer que Gerwig obteve um desempenho excepcional neste filme que inclusive, é seu primeiro trabalho como diretora e roteirista. É perceptível que a artista colocou um pouco de sua própria história no roteiro, talvez seja por este motivo que o resultado foi uma obra tão honesta e sensível, com personagens e situações tão reais e comuns na vida que é facilmente possível se identificar com eles.


Ronan de forma impecável deu vida à Lady Bird e sua performance foi incrível. Captou muito bem a frustração de quem precisa desesperadamente de uma nova perspectiva de vida, e apesar da seriedade desse assunto, temos também cenas engraçadas graças ao sarcasmo da personagem, o que deixa o filme mais leve. Todas as atuações presentes. Todas as atuações presentes no filme são incríveis e envolventes, a química que Ronan tem com Metcalf é sensacional e tornou a relação entre mãe e filha muito sincera e a forma como foi explorada foi honestamente brilhante e comovente.


“Lady Bird” sem dúvidas atinge seu objetivo de tratar uma história de amadurecimento e além disso, nos conforta por mostrar uma visão otimista da vida, que por mais perdidos que possamos estar e que por mais difícil e assustador que possa ser o fim da adolescência e a obrigação que temos de crescer, todos podemos nos encontrar e assim como a protagonista, voar alto.

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