“Eu Sou Michael”
Um tema um pouco complicado... Ser ou não ser gay... Eis a questão? E eis o tema, meio desleixado de “Eu Sou Michael” (“I’m Michael”), que torna algo que poderia ser interessante, em muito desinteressante e entediante. James Franco entrega uma incrível atuação!
Como eu costumo sempre citar, uma “adaptação” está sugestível há uma visão para a tal adaptação. Bem “Eu Sou Michael” (“I’m Michael”) que foi baseado num artigo e na vida real de um ex-ativista gay, que vira um pastor hétero, o longa conta com a direção e parte do roteiro escrito por Justin Kelly. O drama conta um pouco da história de Michael Glatze (incrivelmente interpretado por James Franco), um homem que é um ativista homossexual, que se “redescobre”, quem ele quer “ser”, depois de passar por algo que neuroticamente ele pensou que fosse uma doença... Ele passa de “ser” ativista homossexual, há ser um pastor cristão hétero repugnante.
Kelly e Stacey Miller se apropriaram de um artigo (“My Ex-Gay Friend” / “Meu Ex-Namorado Gay”) do The New York Times, escrito por Benoit Denizet-Lewis, que por vez se baseava em fatos reais, para criarem o roteiro do longa. A impressão concreta e explicita deste roteiro, é que ele foi fraco, ou em tese ele até poderia estar bom, mas não soube ser adaptado para as câmeras, claro o tema é baseado em fatos reais o que nos deixa mais ávidos por algo bom, o que não acontece aqui!
O filme começa bem, mas vai se dissipando quando vemos que Michael começa a se “desentender” com seu até então namorado que ganha vida na ótima interpretação de Zachary Quinto, aliás o personagem de Quinto é um dos melhores; vemos que no início Michael que era o editor chefe de uma revista voltada ao público LGTB, recomeça sua vida em outra cidade com seu namorado, e tudo estava bem, até ele invocar e ter uma neurose que ele poderia estar com uma doença grave, o que ele não está, é realmente só uma neurose e um sentimento ruim, que ele carrega.
Para Kelly, que focou muito nisso (na neurose do personagem), essa partida, no ponto de visão dele como cineasta e como entendedor da história poderia ser a causa da mudança de vida de Michael... Em suma, também foi o que tornou o filme entediante, o personagem de Michael caminha na trama em direção de alguém muito insuportável, que não sabe o que quer da vida, e por um motivo do seu passado, vai há projetar um futuro, do qual ele vê que é o melhor para ele. Foi algo que em certa parte da lenta e chata trama, nos enjoa.
Uma dos planos sequências que eu mais gostei, foi o que Michael, seu namorado e mais um jovem (interpretado por Charlie Carver), que depois se junta a eles; fazem sexo entre os três (um ménage à trois), o que muitos esperavam que fosse uma “baita” cena, ou melhor que mostrasse mais do que foi mostrado, acabou sendo uma boa cena.
Decidido a não ser mais gay, e em sua suma hipocrisia Michael se volta há religião, há um primeiro contato com a Bíblia, depois com o Budismo e por fim ele se vê estudando para ser um pastor cristão... Claro que algumas pessoas desse meio reconhecem seu passado, uma jovem cristã (interpretada por Emma Roberts) que se vê apaixonada por ele decide “passar” uma borracha em cima disso para que os dois vivam juntos.
Um ponto interessante na trama, que poderia ter sido mais trabalha e poderia ter feito o longa realmente funcionar e valer a pena, poderia ter sido a luta interna de Michael, por quem ele realmente é, pois há momentos em que vemos que ele realmente está confuso. Foi despercebido, poderiam trabalhar mais nisso. A trilha sonora composta por Tim Kvasnosky e Jake Shears é maçante e está longe de conversar com o lnga, já a fotografia de Christopher Blauvelt é uma das coisas que o salva, ela é fascinante e é de tirar o fôlego!
Não é novidade que Franco é sim um bom ator, por mais que esse longa seja chato, cansativo e por vezes insuportável, o ator entrega uma excelente atuação, para com o mesmo. “Eu Sou Michael” (“I’m Michael”), poderia ter sido bom, ou melhor, poderia ter andado perto do que do que o “O Golpista do Ano” (“I love you Philip Morris”) foi... Um baita longa dramático e de comédia, que também foi adaptado de uma história real.