“Death Note”
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Essa adaptação do Netflix poderia ser melhor, mas infelizmente não foi!
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Quando eu descobri o anime “Death Note” fiquei deslumbrado com o rico material, um roteiro incrível adaptado de um manga, eu não li os manga da série, mas acompanhei freneticamente o anime, que na minha opinião é fantástico, o anime já tinha caído nas graças do público e tornou-se parte da cultura pop. Quando passei a assisti-lo, inicialmente a premissa me parecia fantasiosa demais, mas ao assisti-la, passei a gostar do suspense e do forte carregamento dramático da obra de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, que criaram uma história fascinante... Bom essa foi minha experiência com o anime, já adaptação cinematográfica americana de “Death Note” do Netflix, com direção de Adam Wingard parecia interessante (só parecia), mas no final das contas acabou por ser uma adaptação previsível, acelerada e chata, pois tendeu-se a ser uma adaptação da adaptação.
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Na trama um jovem do ensino médio Light / Kira (interpretado por Nat Wolff) se vê sendo um “deus”, quando um caderno cai do céu, para parar em suas mãos, tal caderno lhe dá a oportunidade de matar pessoas (claro com regras). Acompanhado do caderno vem um deus da morte, o Ryuk (com a voz de Willem Dafoe); há também o interesse amoroso de Light, que é a jovem Mia (Margaret Qualley); também há o pai do jovem, o detetive James Turner (Shea Whigham) e o jovem e estranho detetive “L” (interpretado por Lakeith Stanfield)... Até aqui tudo bem, mas sabendo que é uma “adaptação”, também precisamos estar cientes de que poderá haver mudanças e algumas bem drásticas!
O roteiro contou com Charley Parlapanides, Vlas Parlapanides e Jeremy Slater. E eles adaptaram bastantes coisas sim, como os nomes, principalmente a história do personagem principal, que tem cenário nos EUA, mas com acenos para o Japão; houve também a inserção dos sentimentos nos personagens, coisa que no anime não é explicito, não digo os sentimentos em si, mas alguns deles, como a empatia e o amor, esse último foi muito bem usado, com os personagens de Light e Mia, o que destoou do anime e eu achei interessante; o que realmente pecaram e muito foi na construção do suspense em cima do Ryuk e de seu personagem, que mal se percebe em tela, culpa que também recai sobre a direção de Wingard; a trama se vê apressada demais, tudo acontece muito rápido.
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A direção de Wingard é desapontadora aqui, como eu citei o filme se vê às pressas, há algumas coisas que são captadas do anime e tornam-se acenos, como os flashbacks dos acontecimentos previsíveis, as cenas em planos abertos e fechados são bonitas, mas não um tempo, para aprecia-las, é tudo corte de um ângulo para o outro, sem uma calma. Não houve espaço para a relação de Ryuk e Light, que é fantástica no anime.
O tom sombrio do filme é nítido, já que é o que esperamos, dado a sua “adaptação”, o que ajudou foi a paleta de cores, que é bem escura em determinadas cenas, claro que há a presença de cores, ele é um filme visualmente que chama a atenção, graças a fotografia de David Tattersall. A trilha sonora não desaponta, a cena do baile traz uma versão da música ‘Take My Breath Away’, que caiu muito bem, mas mesmo assim a trilha sonora de Atticus Ross e Leopold Ross não é algo que se some e se faça memorável ao filme.
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Uma das atuações que me chamou a atenção foi a de Qualley, sua personagem ganhou uma adaptação muito interessante e nova, aqui ela é uma sociopata interessante, um ponto de vista totalmente diferente do visto no anime. O que me intrigou e me chamou muito a atenção, mas em si Qualley, chama a atenção, seu personagem é ao meu ver foi interessante de acompanhar em quase uma hora e meia de filme.
Não vou descartar os efeitos visuais, as mortes foram muito bem feitas, a primeira morte então, foi bem pesada e digo isso, pois retrataram muito bem uma decapitação decentemente cinematográfica, o que reforça o tom sombrio.
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Outras atuações boas são as de Wolff e de Stanfield. Os dois personagens icônicos de “Death Note” (Ryuk é excepcional, mas não aqui) ganham uma repaginada americana e bem diferente, mas não ganharam o foco que mereciam; O Light / Kira não traz uma empatia logo de início e essa adaptação o mudou e muito; já o “L” foi interpretado muito bem por Stanfield, que é um ator fabuloso.
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Em um resumo final “Death Note” do Netflix, poderia ser muito melhor, ele é bom, mas não o suficiente para respeitar a sua obra original. Eu bato o pé no quesito “adaptação”, pois o anime soube disso e transformou a obra em algo apresentável e espetacular, cuidando de um assunto sombrio, que envolve um jovem inteligente que tem em suas mãos um livro “mágico” e ainda que vem com um deus da morte e como se deve fazer justiça.