“A Torre Negra”
Poderia ter sido um filme melhor! Uma adaptação desastrosa das obras de Stephen King.
A trama de “A Torre Negra” (“The Dark Tower”) com direção de Nikolaj Arcel, conta uma história (adaptada de uma obra literária de mesmo nome do grande autor Stephen King) sobre uma torre no centro do planeta terra que separa vários mundos e que só pode ser destruída com a força da mente de uma criança – mas a criança precisa ser especial, como se tivesse poderes. Há também o Homem de Preto (interpretado por Matthew McConaughey), que tem como objetivo raptar crianças e usá-las para destruir a Torre Negra, pois se destruir a torre, as barreiras que dividem esses mundos e as barreiras que cercam o planeta irão cair, e daí ele poderá dominar tudo. O filme mostra também portais que dão acesso entre esses mundos e que são controlados pelo Homem de Preto.
Um dos personagens principais é Jake Chambers (Tom Taylor IV), que é uma das crianças especiais – só que ele é a mais especial delas: ele tem visões sobre as coisas que aconteceram em relação ao Homem de Preto, a Torre, o Pistoleiro (interpretado por Idris Elba) e etc. E com a ajuda de um Pistoleiro chamado Roland Deschain, o menino embarca nessa aventura. E só com essa sinopse, você já pode ter uma ideia de como o filme é totalmente previsível, culpa em boa parte de várias pessoas cuidando do roteiro, foram eles: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner, Anders Thomas Jensen e o próprio Arcel.
No início, o filme pareceu muito monótono e me alegrei quando vi a atriz Katheryn Winnick (que faz a gloriosa Lagertha na série ‘Vikings’). Como ela é uma excelente atriz, eu imaginei que por ela estar no filme o filme seria bom. Mas foi uma decepção imensa! Fiquei o filme todo esperando algo grandioso acontecer, mas nada aconteceu. O filme é cem por cento previsível. Tanto o início do filme quanto o trailers divulgados já contam a história toda, e você fica o filme todo aguardando acontecer o que você já sabia que iria acontecer. Ou esperando acontecer além do que você imagina, só que nada de mais acontece. Tanto foi monótono que eu quase cochilei algumas vezes a pessoa que viu o filme comigo dormiu em alguns trechos.
Vamos falar sobre a fotografia e a filmagem. Uma coisa que pesou muito no filme, foi à escuridão das cenas (devida a paleta de cores). Sabe aquelas cenas muito escuras que são pra simular que a cena está acontecendo à noite? Então, imaginem vários minutos vendo uma cena escura com um monstro escuro, céu escuro, tudo em tons escuros porque está de noite, tem pessoas falando, coisas acontecendo e você não está entendo nada!
Gente sabe o que é não entender o que está acontecendo porque não consegue ver direito? E o pior, é que as cenas tinham muitos cortes. Então você não consegue nem acompanhar a trajetória do personagem. É um flash pra cada coisa que querem contar. Imagina tudo isso somado a cenas muito escuras. No cinema com as luzes apagadas... Foi bem ruim ver várias cenas assim. Fora essas cenas muito rápidas cheia de cortes e escuras, as cenas mais claras que davam de ver, me fizeram pensar que a fotografia de Rasmus Videbæk não estava tão ruim. Poderia ser melhor, mas estava boa.
Já sobre os efeitos visuais posso dizer que estavam bons. Algumas cenas de efeitos eles fizeram em slowmotion (ainda bem) e deu um toque muito legal para as cenas de tiro do personagem do Pistoleiro, por exemplo, onde focava muito bem no caminho que a bala fazia até chegar ao destino final.
A trilha sonora de Junkie XL, não tinha nada de mais, só instrumentais no fundo mesmo (foi o que eu notei, e como disse, estava muito monótono, e a trilha sonora contribui pra me ajudar a quase cochilar durante o filme). Se tinha alguém cantando nas músicas eu já nem lembro!
Preciso dizer que pelo menos a atuação dos atores estava boa. E a escolha do elenco já mostra isso, com Elba (ainda mais pela escolha dele, que fez o personagem do Pistoleiro, que na versão literária é um homem branco, que causou reboliço em algumas pessoas) e McConaughey nos papéis centrais. Se o filme tem alguma coisa que não ficou ruim, é a atuação deles... Principalmente a atuação de Taylor IV.
Eu não tenho muito mais o que falar sobre o filme, é um filme que você olha o pôster e acha que tá bom, mas teria sido melhor ver o do outro filme no lugar. A história em si não é ruim, mas tinha muito a melhorar e seria bem melhor se tivessem feito um bom roteiro. E se tivessem usado de melhor forma a fotografia e filmagens para contar melhor a história. Não recomendaria justamente por achar muito monótono, mas se você se interessa por filmes do gênero de ficção cientifica e de fantasia, então de repente seja um filme legal pra você.
