“Assassin’s Creed”
“Nós trabalhamos nas sombras para servir a luz. Nós somos Assssinos”. Efeitos visuais estonteantes, ótimo figurino, mas uma história opaca! Michael Fassbender e Marion Cotillard nos entregam atuações impecáveis e Justin Kurzel uma boa direção.
Mais um jogo de videogame ganhou uma adaptação cinematográfica, mas esse “mais um” não é qualquer um e não decepcionou tanto, quanto outras adaptações... Na trama somos guiados pela história de Callum Lynch (Fassbender), que é um jovem homem com uma história e tanta, ele será executado, mas não completamente e será levado para uma instalação misteriosa chamada Indústrias Abstergo, onde lá ele conhecerá Sofia Rikkin (Cotillard), que é a filha do dono da empresa, ela lidera um projeto chamado Animus; esse projeto permite explorar de seus pacientes (ou cobaias), memórias genéticas de seus “possíveis” antepassados, e Callum, será submetido as memórias de seu antepassado que viveu na Espanha do séc. XV, mais conhecido como Aguilar, que é de um grupo conhecido como “Assassinos”, eles defendem algo (um objeto), da “Ordem dos Templários”.
O brilho nos olhos obviamente foram os estonteantes efeitos visuais e práticos unidos para o que prende nossa atenção nos exuberantes planos sequências do filme, há várias salvas também para Adam Arkapaw e seu maravilhoso trabalho com a fotografia.
Kurzel também merece as salvas de palmas, pelo seu trabalho na direção, que é marcante desde o começo do filme, mas vemos seu cuidado nas filmagens com os sets e cenários do século XV, a muito de filmagem com essa linha de tempo do filme, há também um filmagens dos dias atuais, mas elas ficam apagadas pela linha narrativa do passado, só são realçadas com os sets de Abstergo (pelo menos no meu ponto de vista).
Para quem assim como eu não jogou o jogo e ficou preocupado se entenderia ou não a narrativa do filme, percebeu que foi fácil de adentrar na história, o personagem Cal é o nosso guia nessa aventura, e fica claro o que os “Assassinos”, “Templários” são e que o objeto que é a maçã do Éden, é algo muito importante.
Uma das coisas mais impressionantes do filme e que também merecem nossas salvas de palmas, é o figurino, Timothy Everest e Sammy Sheldon fizeram um excelente trabalho, as roupas dos “Assassinos” do século XV (e os acessórios), são visualmente parte impressionante desse grande trabalho visual. A trilha sonora de Jed Kurzel foi ótima para o filme.
Incríveis atuações... O casal Aguilar e Maria (Fassbender e Ariane Labed), além de serem do grupo dos “Assassinos” tinham uma incrível dinâmica em cena... Aliás o plano sequência onde eles eram o foco de uma inquisição espanhola é um dos maiores e melhores planos sequências de ação, bem feito.
O casal do filme (não precisamente romântico) é protagonizados por Cal e Sofia (Fassbender e Cotillard) nos dias atuais, uma incrível dinâmica em cena, ambos os atores desempenharam seus papéis impecavelmente, mesmo que o personagem Cal não seja o mocinho que ganhe o público, a empatia por ele cresce, mas não é algo natural, Fassbender tenta fazer com que o personagem seja o mocinho de sua própria história, mas o roteiro foge com isso, ele é o “mocinho”, mas a questão da empatia não é garantida; já por outro lado, a personagem de Cotillard, cria essa empatia com o público.
“Assassin’s Creed” era um dos filmes mais esperado deste ano, pelo peso em que eu citei, o filme deu ares de ser a adaptação de videogame que estávamos esperando no aspecto “cinematograficamente” e em partes o filme obteve isso, mas o roteiro deixou a desejar, nos aproximou da história do “passado”, mas o presente ficou apressado nessa “história”.
