“Capitão Fantástico”
Fantástico do começo ao fim! Um filme tocante, que mostra que a educação pode vir de lugares inesperados e de formas surpreendentes. Matt Ross traz um longa incrível, com uma fantástica fotografia e um Viggo Mortensen surpreendente.
Muitos pais sabem o quão difícil é educar seus filhos nos dias de hoje, mas também sabem que não é impossível; agora imagine ter uma educação em casa, mas não “civilizadamente”, e ainda por cima perder a mãe. Na trama um pai (interpretado por Viggo Mortensen), vive com seus seis filhos, sendo eles Bo (interpretado por George MacKay), Kielyr (George MacKay), Vespyr (Annalise Basso), Rellian (Nicholas Hamilton), Zaja (Shree Crooks) e Nai (Charlie Shotwell), numa floresta onde eles moram, e tem treinamentos; eles perdem a sua mãe e decidem ir ver o enterro dela, mesmo sabendo que o avô deles (interpretado por Frank Langella) proibiu o pai deles de aparecer.
Ross não só dirigiu como também cuidou do roteiro, que é muito tocante e mostra uma realidade que muito pouco se vê, aqui no Brasil pelo menos sabemos que é raro ver esse modo de educação mostrado no filme (pelo meu limite de conhecimento sobre essa educação).
A fotografia do longa é tremenda, realmente de dar brilho no olhar, as cenas que mostram eles viajando com o ônibus, é explicito o que eu estou citando aqui, vemos as montanhas, as paisagens; temos as incríveis fotografias de um ambiente aberto, que é o que mais se é visto no longa, Stéphane Fontaine fez um ótimo trabalho com a fotografia.
Há uma delicadeza e uma sensação de calmaria na trilha sonora de Alex Somers, que se encaixam para o longa, as músicas não roubam a cena, mas se fazem presentes; é bem bonita a cena da família tocando ao ar livre seus instrumentos, já fora da trilha sonora, mas dando originalidade a cena e ao contexto.
Somos pegos pelo longa inteiro, pela sua história, mas claro há aquelas cenas marcantes... Tem um plano sequência onde Ben (Mortensen) mostra que a educação dos filhos de sua irmã (interpretada por Kathryn Hahn) é horrível comparada a de seus filhos, quando ele faz uma pergunta aos seus sobrinhos (interpretados por Elijah Stevenson e Teddy Van Ee), sobre a “Declaração dos Diretos” e eles não sabem responder e Ben chama a sua filha Zaja (Crooks) de oito anos para responder, a menina dá uma magnifica resposta sobre o assunto.
De fato e explicitamente Mortensen entregou uma fantástica e deslumbrante atuação, suas nuances para com o papel de um pai anti convencional são perceptíveis, tenho para minha concepção que essa é até agora (se não) sua melhor atuação, pois o papel é complicado, saí dos “padrões”.
O longa é de teor dramático, mas não é um drama pesado, ele é leve e tem seus momentos cômicos, pois o tema pede por isso, mas leve não quer dizer que ele não seja crítico e aponte coisas que sabemos que estão erradas, vemos como é viver fora de uma sociedade capitalista, que realmente não fornece toda a educação necessária. “Capitão Fantástico” te faz pensar e isso é ótimo, ainda mais quando se diz respeito a educação daqueles (as crianças) que serão o futuro, mas educação não só de respeito, cultural e de valores.