‘The Crown’
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A coroa vem antes de tudo! Será? ‘The Crown’ não só humanizou a realeza, como mostrou o quão humanos e falhos eles tendem e podem ser, e que nem todos querem carregar um fardo tão grade.
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Uma série visualmente e narrativamente de cair o queixo, cada detalhe nos leva naquela década (que eu e nem boa parte, existia) bem distante, mas nos deixa a par de uma realidade bem real e atemporal, que nem tudo que reluz é ouro! O roteiro de Peter Morgan é muito bom e preciso junto à maravilhosa direção de Stephen Daldry e toda equipe que esteve por trás dessa série; Claire Foy nos entrega uma excelente atuação, junto ao excelente elenco de ‘The Crown’.
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Uma das coisas que eu reparei e creio que muitos devem ter reparado é que a personagem central da série, A Rainha Elizabeth II (Foy), é uma personagem feminina forte e muito contundente, mas que como a história da série mostra, não era protagonista de sua própria história; história essa que já fora traçada, para o destino que ela teria. A personagem se vê tendo que praticamente (ou inteiramente), ter que não fazer nada, suas ideias e decisões são todas barradas, pelos “outros”, ao seu redor, que decidem por ela... O que era o que mais me incomodava e que não me deixava ter total empatia pela personagem nos primeiros episódios, foi isso, mas nos pegamos entendendo ela, pois o pai dela, que era o rei (Jared Harris), morre e ela tende a assumir o trono, por ser a filha mais velha, isso meio que pega todos de surpresa, pois ela estava curtindo o seu casamento e “pensava” e queria ser “normal”.
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Logo Elizabeth percebe que ela terá que lidar com uma figura imponente e que “sabe” o que é bom para o país, que é o Primeiro Ministro, que é quem realmente governa o país, tomando as medidas “cabíveis”; Elizabeth se viu às vezes incomodada com o fato de lidar com Winston Churchill (John Lithgow), o imponente e já velho Primeiro Ministro, que viu que sua Rainha, sabia o que acontecia e queria estar por dentro dos assuntos pertinentes e não pertinentes; já Churchill leva tudo o que a realeza faz, a sério, pois como ele cita nada do que eles fazem é privado ou particular, ou algo do tipo; tudo era supervisionado. A dinâmica dos dois supre a série, pois ambos os personagens tenham diferentes ideias e agem de forma diferentes e são diferentes, mas tende a lidarem um com o outro, pois é preciso.
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O marido de Elizabeth, o Príncipe Phillip Mountbatten (Matt Smith), tinha opiniões fortes sobre a realeza, mas estava nela, uma das coisas que pensei e pensei, foi que ele dizia em boa (se não na maioria do tempo) para Elizabeth ter opiniões e não só ouvir e fazer o que os outros queriam... Ele era um idealista, mas estava na realeza, mas minha ótica sobre o personagem ficou meio dúbia, quanto a ele não aceitar o fato de que a irmã de Elizabeth, a Princesa Margaret (Vanessa Kirby), queria se casar com um homem divorciado, o que naquele tempo era uma infâmia (por parte da igreja católica, como mostrado na série), logo o personagem se transformou, dizendo que isso sujaria a imagem de sua esposa, a Rainha.
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Eu amei a Rainha Mãe (Victoria Hamilton) e a Princesa Margaret (Kirby), claro que de começo eu amei muito mais Margaret, do que a Rainha Mãe, que parecia não ter voz para nada, seu grande momento, foi nos episódios finais, que vemos suas camadas, uma após a outra; Margaret além de ser a “alegria”, teve sua história se desenrolando, devido ao seu caso com um “plebeu”, e ganhou mais destaque, quando vê que tudo foi armado de alguma forma para ela, mas que isso não partiu da sua irmã, a Rainha e sim dos “outros”; também foi bom ver o conflito das duas irmãs.
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Outro personagem que foi bom de ver e que também faz parte da trama, foi o Duque de Windsor (Alex Jennings), que era a ovelha negra da família, ele foi por pouco tempo um rei, mas teve que abdicar do seu reinado, como ele disse ele abdicou por algo maior, que é o amor; o personagem de fato se mostrava ser o que tinha repudio da realeza, mas fazia parte dela e não a negava; a partir de sua abdicação, seu irmão virou o rei (Harris). Uma das interações legais de ver foi a do Duque com a sua mãe, a Rainha Mary (Dame Eileen Atkins), que o rejeitava pelo o que ele fez com a coroa.
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Há um episódio em que vemos o desconforto da Rainha, ao ver que quem está nos holofotes é o amor de sua irmã, e não ela... E Foy destrói, pois ela capta uma essência que nós humanos temos, que é o podemos dizer a inveja, e depois sua personagem contesta isso e mostra que todos somos humanos e falhos, é uma ótica interessante, pois ela está no poder e não quer ser ofuscada, por um mero “plebeu”. Outro aspecto que é perceptível na personagem é que (obviamente) suas tomadas de decisões não afetam só a ela, mas toda sua família.
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Os sets de filmagens da série, realmente são estonteantes, o design de produção mostra o cuidado do trabalho de Martin Childs; é impressionante, eu amei as tomadas abertas, que mostravam os lugares, e as estonteantes paisagens, que serviam para o contexto; o figurino estava realmente muito lindo, imagina é a realeza, então de a eles brilho e glamour.
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O trabalho de Michele Clapton conversa conosco, pois a figurinista teve peso nesse trabalho, pois são só roupas de uma certa década, e não são só quaisquer roupas, são roupas da realeza, realmente cada personagem era representado muito bem pelo seu figurino, que é uma das coisas que dá vida ao personagem; os atores que estiveram na série são todos fantásticos, pois não é fácil representar uma família real existente e um governo, a questão aqui é histórica e requintada. O Netflix se vê agora com uma boa série, mas a muito mais por trás das portas da realeza que queremos ver e espiar e esse sem dúvida é um bom material.