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‘Fleabag’


Fantástica, hilária e muito, mais muito profunda. Phoebe Waller-Bridge é genial!


Criada e interpretada por Phoebe Waller-Bridge, a série (ou quase uma minissérie, por seus seis episódios), de comédia dramática ‘Fleabag’, original do Amazon é fantástica; a série é adaptada da peça de mesmo nome de Bridge, que ganhou o prêmio Edinburgh Fringe Firts Awards, do Critics Circle, e também o Off-West End Awards, por ser a mais promissora dramaturga, e mais um elogio especial do prêmio Susan Smith Blackburn. A trama mostra a história da personagem de Bridge, suas situações da vida na bonita e cinza Londres, onde ela está fracassando no seu negócio; onde ela não está amando; onde sua família é “meio” desestruturada e também vemos que ela acabou de sofrer com a perca de sua amiga (interpretada por Jenny Rainsford); somos também pegos pela personagem conversar francamente conosco, os telespectadores.


Como citei acima, Bridge adaptou a sua premiada peça, para uma série original, e o seu roteiro é ao mesmo tempo engraçado e tocante, pelo seu todo, ou melhor, pela história dessa personagem “fracassada” (uma tradução para fleabag); como telespectadores, somos transportados para esse mundo cômico, onde a personagem principal nos deixa entrar e ainda fala conosco. Eu particularmente fiquei preso a trama do começo até o final, o roteiro é incrível.

Tudo é engraçado para a personagem de Bridge, mas em contraponto os outros personagens com quem ela brinca não acham engraçado, as suas piadas ou as não entendem, o que é hilário, e as expressões dela são incríveis. O drama ganha seu espaço quando Fleabag, percebe que tudo está desmoronando em cima de sua cabeça e depois que sua irmã Claire (Sian Clifford), lhe fala algumas verdades cruéis, depois da mesma não aceitar as próprias verdades.


Outro contraponto, que vemos em cena, que o drama e a comédia pairam é com o pai (Bill Paterson), a madrasta (Olivia Colman) e Fleabag; fica claro que madrasta e entiada (ali na série) não se suportam; e que pai e filha não conseguem conversar direto; uma porque a personagem de Bridge é fechada e não quer mostrar sua fraquezas e também é orgulhosa para pedir ajuda, seja monetariamente ou paternalmente. Isso também acontece com a Claire, mas há um episódio que do jeito delas, as irmãs se conectam. A fotografia da série é muito bonita, e não mostra os deslumbrantes lugares em que há em Londres, vemos mais paisagens abertas e cenas em lugares fechados, é o ponto forte das filmagens. O que torna tudo mais interessante é o fato da Fleabag, falar conosco, sorrir e prever algumas coisas, nos deixando a par, a câmera foca nela nesses momentos, nos pondo nesse espaço. Há também os flashbacks, eles todos se encontram e fica tudo claro.

No segundo episódio da primeira temporada, há um plano sequência maravilhoso e muito engraçado, onde Fleabag está no metro e em volta dela “aparentemente”, as outras pessoas ali “começam” um inesperado “flashmob” bem triste, ao som da música ‘Sail’ do Awolnation; a cena toda é incrível a expressão facial dela, de nojo ou de medo, dão o tom perfeito e ainda tem a fala dela, diante aquela situação, que é maravilhosa.


Phoebe Waller-Bridge entrega performances incríveis, sua personagem não é a feminina mocinha, não nem um pouco, ela sabe o que quer, mas também sabe que lhe falta algo, que as coisas não estão indo bem, a ponto de escondê-las de si mesma, é bem profundo e Bridge dá mais do que queremos ver, ela é genial.


Fomos presenteados com essa incrível série, que nos leva aonde não pensávamos que iriamos, vamos além de nossas expectativas (pelo menos, foram além das minhas expectativas); quem disse que o humor precisa ser sempre engraçado... Eu não sei quem disse, mas ‘Fleabag’ sabe ser engraçada e incrivelmente dramática, é uma série que lida com a “realidade”.

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