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The Get Down – Análise


A série de drama musical do Netflix criada por Baz Luhrmann é um retrato de que uma superprodução (com um orçamento de US$ 120 milhões) musical, que mostrará e falará de uma década importante, como os anos 70 foram, pode sim ser boa, mas que peca e se perde em sua própria história no que era pra ser um drama musical, acabou virando um dramalhão musical.


Na trama somos transportados para 1977 no Bronx, onde a uma há a forte presença do disco em ascensão nas discotecas, a série mostrará uma nova era para um gênero musical e o fim de outro popular. O rap adentra para se estabelecer-se na cena da música, é aí que veremos as batidas dos DJ’s com os poemas dos MC’s, a série traz a história de Ezekiel (Justice Smith), que escreve poema e rap, se cruzar com a história do antes (e em parte) jovem do crime Shaolin Fantastic (Shameik Moore); também veremos a história de Mylene (Herizen F. Guardiola) com sua potente voz adentrando na disco, com sua potente voz e carreira promissora e amor platônico de Ezekiel.

The Get Down é mais envolvente e divertida que “Vinyl” sim e óbvio, mas peca em excesso e pressa (não que 90 minutos de estreia sejam pressa), mas o drama muitas das vezes é deixado de lado, o que seria bom e tentador para o que eles estavam propostos, pois a série em si traz assuntos bons, como quando Ezekiel fala de sua mãe, ou melhor, cantando seu poema (rap), ao ser confrontado, pela pergunta feita pela sua professora, diante de qual será seu futuro e também tem autoridade e cinismo do pai de Mylene, levando a religião a ferro e fogo, que toma vida pela atuação de Giancarlo Esposito, entre outros temas tratados na série. Um bom drama é necessário, não mostra-lo e por ele de canto e colocar outras coisas em cima dele.


A interação de Shaolin Fantastic, com Ezekiel e seus amigos é inebriante, realmente invade a tela e transborda, mas se dissipa em meio a tantas fugas de cenas levadas para a comédia e de momentos para a música. As imagens que misturam fatos que realmente aconteceram na década de 70, como o Blecaute, junto às imagens da série não funcionaram em perfeita harmonia.


Claro que foi interessante ver a história de amor entre Ezekiel e Mylene, dando contorno e contraste a série, mas é outra coisa que se dissipa com facilidade, não dando uma espaço para dúvida se é o que será para os dois, pois há um vai e vem na trama deles, que chega a ser entediante, o que é chato porque os dois tem uma presença enorme juntos. O vai e vem deles não fortalece a história do amor que um possa e sente pelo outro, mas quebra a narrativa, sendo que poderiam alongar isso e guardar, não usar como “replay” e algo que parece ser indeciso.


Quem parte pra comédia e impressiona é o tio de Mylene, vivido pelo ator Jimmy Smits, que rouba completamente a cena. O que gostei de ver foi à história do personagem de Marcus (Jaden Smith), não esperava, a introdução dele numa boate da cena LGBT foi própria para a trama, pode ser que trabalhem a sexualidade do garoto, mas espero que não a apaguem isso e tenham a coragem para desenvolverem uma boa história.


A trilha sonora é o que não decepciona e é que sustenta a série, mesmo misturando a Disco, com Rap e um pouco de Punk. Agora eu não devo ter sido o único a repetir... “Come set me free... You got the Keys... Come rescue me”, da música chiclete e maravilhosa chamada “Set Me Free” cantada por Mylene (Guardiola). The Get Down é ambiciosa e boa, mas precisa se focar mais na sua história que quer mostrar e não simplesmente apressar tudo e misturar, deixando de um jeito bagunçado.


A primeira parte de The Get Down, é composta por seis episódios, que estão todos já disponíveis no serviço de streaming do Netflix. A segunda parte chega em 2017.

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